Em retorno de férias, finalmente, notamos que passamos
todo período pré-natal, Natal e entra em 2013 só ouvindo falar em vestibular.
Que tortura a quem vê noticiários e principalmente a quem faz os vestibulares.
Vemos a ansiedade das famílias, as informações e desinformações da imprensa, a
alegria das TV´s que conseguiram capturar imagens de vestibulandos que chegaram
30 segundos atrasados, bateram com a cara no portão fechado e dispararam em
choro, gravados em cenas HD suas lágrimas pelo rosto. É natural o grande volume de comentários sobre o assunto? É natural, pois são uma quantidade muito grande de
envolvidos: o próprio vestibulando (somente SISU – Sistema de Seleção Unificada,
são mais de 130 mil), os parentes, amigos e entidades comerciais (escolas,
cursinhos,etc). É uma fase das mais complexas para a família, pois é iminente
uma alegria ou uma tristeza, um afastamento do filho do convívio, um custo
adicional não previsto, decisões sobre sua moradia, segurança, comunicação.
Piram da cabeça todos: os pais, a família, o cachorro da casa passa a ter
comportamentos estranhos, mas o vestibulando, o eterno perdido, que deveria ser
o ator principal, sofre uma pressão precoce demais, pois é desproporcional para
sua idade a carga psicológica jogada sobre sua cabeça. Como se não bastasse a
pressão pré-vestibular, aparecem as desinformações originadas com objetivos
diversos. É a imprensa tentando desqualificar o sistema de ranking do governo
federal, buscando mínimas falhas no ENADE e SISU, pois precisam fragiliza-lo. É
a insegurança do vestibulando por não estar convicto pela escolha de seu curso.
São as comparações com seu amigo, vizinho, namorada(o) e parentes. Sobre a
cabeça deste perdido vestibulando
Segundo o filósofo Mário Sérgio Cortella, ética é o conjunto de valores e princípios que (todos) usamos para definir as três grandes questões da vida, que são: QUERO, DEVO, POSSO. Tem coisas que eu quero, mas não posso. Tem coisas que eu posso, mas não devo. Tem coisas que eu devo, mas não quero. Cortella acrescenta ainda: "Quando temos paz de espírito? Temos paz de espírito quando aquilo que queremos é o que podemos e é o que devemos." (Cortella, 2009). Imagem Toscana, Itália.