Nesta quinta-feira,
19/06/14, o que foi mais importante para o Brasil? O sucesso que tem sido a
Copa do Mundo em nosso país? Não, pois apesar de muito importante, o todo poderá
ser melhor comemorado lá no início de julho. De resultados dos sulamericanos
Colômbia e Uruguai na Copa? Não, apesar de significativos para nosso continente. Do resultado do Ibope na corrida presidencial?
Não, pois muita água vai rolar após a Copa e a forte campanha da grande mídia
será balanceada pela propaganda eleitoral gratuita. Nada foi mais importante no
dia do que o aniversário de 70 anos de Chico Buarque de Holanda. Um dos maiores
compositores do mundo, cantor, poeta, escritor, de enorme integridade, de inteligência
impar, humildade exemplar, enfim, um invejável perfil para a maioria dos
brasileiros.
Chico passou
pelas mais diferentes adversidades para se tornar cantor e compositor dos mais
reconhecidos. Do abandono de seu curso de Arquitetura, pelas letras de música
no duro período de ditadura militar onde disfarçava seus protestos em suas
letras, por sua prisão pelo regime militar, por seu “auto-exílio” na Itália,
pela criação da personagem fictícia Julinho da Adelaide para poder expor sua
composições sem perseguições e mais recentemente no “auto-exílio” brasileiro,
pois pra quem não percebeu, ele não é convidado pela grande mídia a expor sua
arte, pois se antepõem, há muito tempo, com uma série de modus operandi desta
grande mídia.
Apaixonado
pelo futebol, sempre discreto, faz preciosas apresentações, trazendo suspiros
de mulheres de todas as idades, seja pelos olhos azuis como também pela paz e
inteligência que transmite ao ambiente que frequenta. O Brasil precisa colocar
um tapete vermelho de Paris, onde está hoje, até São Paulo, para recebe-lo
quando voltar de onde está concluindo seu último romance.
O ator
Alexandre Nero descreveu que “100% dos homens tem inveja de Chico Buarque de
Holanda”, a atriz Débora Secco “obrigada por ter me ensinado, além de gostar de
boa música e incrível poesia, a acreditar no amor, na sensibilidade e nos
sonhos. Artistas como você são presentes raros! Privilégio para nós mortais!
Você viverá eternamente em mim por mais 70 e 70 e 70", Gilberto Gil “hoje
é o dia do querido parceiro Chico Buarque! Bem vindo aos 70!", Caetano
Veloso “o Brasil é capaz de produzir um Chico Buarque: todas as nossas
fantasias de autodesqualificação se anulam. Seu talento, seu rigor, sua
elegância, sua discrição são tesouro nosso". Luciana Chardelli também
escreve detalhes de sua sensibilidade com as mulheres.
Poderia-se
escrever por horas suas obras e virtudes, mas em forma de música seus fãs externam
suas predileções: o escritor Luis Fernando Veríssimo, a atriz Fernanda Torres,
o ex-jogador e médico Tostão e o blogueiro Marquinhos Espindola. Uma, dentre as
várias de minha preferência, está no poema em música, no vídeo abaixo.
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás se fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir