segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Diagnóstico adequado, para um remédio e vacina adequados

Ricardo Semler
Como eu havia encerrado o post anterior “bem vindos outras manifestações semelhantes, em nome de um país melhor, pois não basta fazer um limpa parcial”, após exemplificar duas opiniões equilibradas, amplas e sem paradigmas ou apegos subservientes. Uma vinda de Luciano Martins Costa no Observatório da Imprensa e outra do Ricardo Boechat na Band News. Não é que meus aclamos foram atendidos! Poucos dias depois veio uma manifestação ímpar, por se tratar de um empresário de sucesso, que destacou-se cedo em seus resultados e cravados em livro record de vendas “Virando a Própria Mesa”, Ricardo Semler, que formado na USP em Direito e em Harvard em Administração, com 28 anos assumiu a empresa do pai, que mais tarde virara a mesa positivamente. Tucano filiado e assumido, militou sempre que pode às cores azuis do PSDB, gerou comentário que não surpreende em conteúdo, pois é conhecido de quem se mantém bem informado, mas surpreende pela origem, de como e de quem vem. Pode-se imaginar com isso, que além de partidos e poder em primeiro lugar, possam existir pessoas que visualizam o momento da virada, isto é, se o diagnóstico do que está acontecendo for adequado, o remédio e a vacina também o será. Como diz o jurista e professor Wálter Maierovith “é necessário abrir as informações blindadas”, obviamente para não se ficar comentando e investigando somente as não blindadas, assim como evitar punir parte e absolver a outra parte, como já vimos em outros processos. E continuemos na torcida pelas manifestações sábias, inteligentes e pelo bem do país, onde a medida que aparecerem vou comentando e expondo aqui. Já as manifestações de uma “nota só”, com o objetivo de blindar uma parte e expor ou distorcer outra, não acrescentam absolutamente nada, além de estarem sendo escanteados pouco a pouco.
Semler manifestou-se na coluna Tendências/Debates do Jornal Folha de São Paulo. Coluna onde o jornal frisa que “não traduzem a opinião do jornal” (abaixo).

28/fev/2015: atualização para um link de recente entrevista de Ricardo Semler sobre o mesmo tema, onde afirma "A corrupção não é um problema público, é um problema privado enorme".


Ricardo Semler

TENDÊNCIAS/DEBATES – JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Nunca se roubou tão pouco
Não sendo petista, e sim tucano, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país.
Nossa empresa deixou de vender equipamentos para a Petrobras nos anos 70. Era impossível vender diretamente sem propina. Tentamos de novo nos anos 80, 90 e até recentemente. Em 40 anos de persistentes tentativas, nada feito.
Não há no mundo dos negócios quem não saiba disso. Nem qualquer um dos 86 mil honrados funcionários que nada ganham com a bandalheira da cúpula.
Os porcentuais caíram, foi só isso que mudou. Até em Paris sabia-se dos "cochons des dix pour cent", os porquinhos que cobravam 10% por fora sobre a totalidade de importação de barris de petróleo em décadas passadas.
Agora tem gente fazendo passeata pela volta dos militares ao poder e uma elite escandalizada com os desvios na Petrobras. Santa hipocrisia. Onde estavam os envergonhados do país nas décadas em que houve evasão de R$ 1 trilhão --cem vezes mais do que o caso Petrobras-- pelos empresários?
Virou moda fugir disso tudo para Miami, mas é justamente a turma de Miami que compra lá com dinheiro sonegado daqui. Que fingimento é esse? (continuação aqui)

 

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