Dentre
os vários “tics” do ser humano, e “tic” é caracterizado por serem
involuntários, isto é, normalmente o sujeito não tem noção que o faça, alguns
interferem de maneira significativa no conceito sobre esta pessoa. Eles acabam
sendo mais queridos ou odiados, dependendo da qualidade deste “tic”. Há os
“tics” mais comuns como piscar, emitir ruidos, sacudir parte do corpo e até
mesmo a unicofagia (roer unhas, uma dermatomania de cunho psíquico). Outros são
de comportamento, aqueles que não dormem no escuro, aqueles que gostam de levar
vantagem em tudo (dirigem no acostamento, guardam várias filas em supermercado,
usam conhecidos em bancos/comércio para não pegar filas, ...) e assim inúmeros
outros. Percebam, todos “tics” involuntários, incapazes de serem identificados
pela própria pessoa. Um “tic” dos mais comuns é o de falarmos bem de quem
gostamos e mal de quem não gostamos, independente se é pertinente o falar mal
ou bem da pessoa. A imprensa, por ser composta de pessoas, usa e abusa desta
situação, seja por ser um “tic” involuntário, ou premeditado, pois defende seus
interesses financeiros, de poder ou ideológico. Neste último final de semana
aconteceram dois eventos associados a gandulas em jogo de futebol. No jogo de
futebol entre Botafogo e Vasco, uma rapidíssima reposição de bola da bela
gandula Fernanda Maia, beneficiou diretamente ao primeiro gol dos três que o
Botafogo venceu o Vasco. Em Porto Alegre, no jogo entre Internacional e Grêmio,
uma rapídissima reposição de bola pelo desconhecido gandula beneficiaria o
Internacional pela agilidade de cobrança de escanteio, se não fosse o
anulamento da jogada pelo árbitro. Sobre a eficiente reposição de bola da
gandula Fernanda (vídeo abaixo), por não ser comum mulher, ter resultado em gol
e passivo de grandes oportunidades de vendas de matérias jornalística,
procurou-se todos os pontos positivos possíveis, desde o fato de ter sido
candidata a musa de futebol até a discussões
propriamente do lance, onde ela foi absolutamente correta e profissional, pois
executou a reposição da bola rapidamente e imeditamente foi atrás da bola que
saiu, sem sequer olhar o gol do Botafogo na continuação da jogada. Já o lance gaucho, a imprensa apedrejou Wanderley Luxemburgo, técnico do Grêmio, pois este
é feio, não tem mais o agrado desta imprensa e nem se preocuparam de analisar
de forma justa o evento. O gandula, devidamente treinado pela agremiação do Internacional,
coloca a bola dentro de campo na marca de escanteio e o jogador vem correndo do
meio do campo, sem parar, já executa o chute e pega a defesa totalmente
despreparada. Ora, mas a reposição também não foi rápida? Sim, foi. Mas o
“combinado” é só com uma agremiação Internacional, e não é disponibilizado para
o Grêmio, nem para o Fluminense, que sofreu com o lance dias antes pela
Libertadores da América. Luxemburgo saturado de falcatruas do futebol
manifesta-se contra o gandula, sai de sua área legal de atuação no campo e acaba
expulso. Uma manifestação explosiva de saturação apenas e nada mais. A gandula, e professora de Educação Física, Fernanda
foi ao céu e o técnico Luxemburgo foi ao inferno. A gandula, por ser fato novo,
bonita, belo corpo, comunicativa e o técnico por ser fato velho, ultrapassado,
feio. A Fernanda vendeu muito mais material jornalístico do que Luxemburgo, mas
porque gosta-se de um e não gosta-se do outro. Esse é um “tic” de
comportamento, voluntário, premeditado e com interesse financeiro, vendendo mídia.
Segundo o filósofo Mário Sérgio Cortella, ética é o conjunto de valores e princípios que (todos) usamos para definir as três grandes questões da vida, que são: QUERO, DEVO, POSSO. Tem coisas que eu quero, mas não posso. Tem coisas que eu posso, mas não devo. Tem coisas que eu devo, mas não quero. Cortella acrescenta ainda: "Quando temos paz de espírito? Temos paz de espírito quando aquilo que queremos é o que podemos e é o que devemos." (Cortella, 2009). Imagem Toscana, Itália.
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Muito bom o texto e como todos os outros sempre muito iteressante. Infelizmente não dá pra comentar sobre o tema em foco pois não entendo nada de futebol, mas se tratando do "TIC" de falar Bem de quem gostamos e Mal de quem não apreciamos é algo que precisamos sempre nos avaliar para não cometermos involuntariamente essa gafe no noso dia dia.
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